Conhecendo melhor Di Cavalcanti

Nascimento de Vênus

serenata

Conversando com minha filha um dia desses ela disse que gostaria de saber um pouco mais sobre a vida e obra de Di Cavalcanti pois, como a maioria dos brasileiros, também ela sabe muito pouco sobre ele. Resolvi fazer uma pesquisa e fiz um pequeno resumo que dará uma visão geral sobre a vida e obra desse grande pintor brasileiro. Vale a pena conferir.

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, Di Cavalcanti, nasceu no Rio de Janeiro no dia 6 de setembro de 1897 e faleceu na mesma cidade no dia 26 de outubro de 1976. Foi pintor, caricaturista e ilustrador, além de escritor, jornalista e poeta.
Uma curiosidade sobre sua vida foi o fato de que ele nasceu na casa do abolicionista José do Patrocínio que era casado com sua tia Maria Henriqueta. Sua casa era frequentada por figuras ilustres como Machado de Assis e Joaquim Nabuco e sua mãe, depois que ficou viúva, quase se casou com Olavo Bilac. A presença desse intelectuais teve grande influência em sua vida.
Foi um dos idealizadores e organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, criando para a ocasião o catálogo e o programa, além de expôr onze de suas obras.
No ano seguinte foi morar em Paris como correspondente do Jornal Correio da Manhã. Frequentou a Academia Ranson e expôs em diversas cidades como Londres, Berlim, Bruxelas, Amsterdã e Paris. Nesse período conheceu Picasso, Léger, Matisse, Jean Cocteau e outros intelectuais franceses.
Seu retorno ao Brasil em 1926 marca seu ingresso no Partido Comunista. Foi nessa época que trabalhou como ilustrador e também como jornalista para o Diário da Noite.
Fundou o Clube dos Artistas Modernos em São Paulo com a parceria de Flávio de Carvalho, Antonio Gomide e Carlos Prado. Foi preso pela primeira vez em 1932 durante a Revolução Paulista. Casou-se com a pintora Noêmia Mourão e publicou o álbum A Realidade Brasileira, uma série de doze dezenhos satirizando o militarismo da época.
Voltou a Paris em 1938 e trabalhou na Rádio Diffusion Française. Quando retornou ao Rio de Janeiro foi novamente preso, juntamente com sua mulher. Libertado por amigos volta novamente para Paris, lá permanecendo até 1940.
Com a eminência da Segunda Guerra deixa Paris e retorna ao Brasil fixando-se em São Paulo. Na viagem de volta um lote com mais de quarenta de sua obras são extraviadas, e só serão recuperadas anos mais tarde.
Ilustrou livros de Vinícius de Morais, Alvares de Azevedo e Jorge Amado, Oscar Wilde, entre outros.
Combateu abertamente o abstracionismo em conferências e artigos. Participou da I Bienal de São Paulo em 1951 e fez a doação de mais de quinhentos desenhos para o Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Em 1953 foi premiado junto com Alfredo Volpi como o melhor pintor nacional da II Bienal de São Paulo. Dois anos depois publicou o livro memórias com o título Viagens de Minha Vida.
Sua arte sofreu influência do expressionismo, do cubismo e de muralistas mexicanos como Diego Rivera. Sua ousadia estética e perícia técnica são marcadas pela definição dos volumes, pela riqueza e luminosidade das cores somadas a exploração dos temas tipicamente brasileiros abordados em suas obras como o samba, as festas populares, operários, favelas e protestos sociais. Sua obra também destacou a sensualidade tropical do Brasil, enfatizando diversos tipos femininos personificados em mulatas, moças sensuais, foliões e pescadores. Os prostíbulos são uma de suas marcas temáticas, assim como o carnaval e a festa.
Foi ele quem pintou a Via Sacra para a Catedral de Brasília.

2 Responses
  1. Lili Says:
    Este comentário foi removido pelo autor.

  2. Lili Says:

    Muito bom, Lou.
    Não à toa, Drummond e Vinícius o cantaram em verso.
    A gente precisa mesmo conhecer melhor nossas estrelas. Na ânsia de abraçar o mundo, nos esquecemos de olhar o que está ao lado.
    Fiquei triste porque perdi a exposição das obras dele que encerrou dia 16, na Caixa.
    Beijin,


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou