Anita Malfatti

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o foral - as duas igrejas - a mulher de cabelos verde


O que vocês estão achando da idéia de aprendermos um pouquinho sobre a vida e obra de nossos artistas nacionais? Precisamos valorizar a prata da casa, e nossos artistas, sejam eles pintores ou escultores, são muito bons e merecem ser melhor conhecidos.
Hoje vou escrever um pouquinho sobre Anita Malfatti, também modernista que recebeu algumas bordoadas antes de ser reconhecida.
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Pintora e desenhista brasileira, nasceu em São Paulo no dia 2 de dezembro de 1899 e faleceu em novembro de 1964.
Tendo nascido com uma atrofia no braço e na mão direita, e sem possibilidade de corrigir o defeito congênito, pois o tratamento médico se mostrara ineficaz, precisou aprender usar a mão esquerda no aprendizado da arte e da escrita.
Suas primeiras pinceladas tiveram orientação da mãe, que dava aulas de desenho e pintura para sustentar a casa depois do falecimento do marido. Financiada por seu tio e patrinho conseguiu estudar pintura em escolas de arte na Alemanha em 1910, época em que conheceu o expressionismo, que muito a influenciou, afastando-a do academicismo ensinado nas escolas. Quando foi para os Estados Unidos teve contato com o movimento modernista e, sob a orientação de Homer Boss, que lhe dava liberdade de pintar o que bem desejasse, sem limitações estéticas, acabou encontrando seu estilo de pintura. Foi nessa época que pintou O Homem Amarelo, Mulher de Cabelos Verdes, O Japonês e vários outros quadros.
De volta ao Brasil em 1916, sentia-se segura para expor sua nova concepção de arte voltada para o expressionismo. Realizou sua segunda exposição em 1917, mas foi duramente criticada pelo escritor Monteiro Lobato, que sequer visitara a exposição. Essa crítica, além de provocar a devolução e quase destruição de alguns quadros já vendidos, abalou profundamente a pintora, marcando-lhe a carreira para sempre.
A crítica de Lobato tinha como alvo principal os modernistas companheiros da pintora, mas acertou em cheio a segurança de Anita, causando enorme estrago sobre sua personalidade tímida e também provocando uma forte depressão.
Passado mais ou menos um ano Anita resolveu ter aulas de natureza-morta com Pedro Alexandrino Borges, ocasião em que conheceu Tarsila do Amaral, com quem teve uma longa e proveitosa amizade.
Membro do Grupo dos Cinco, integrado por Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia, participou da Semana da Arte Moderna de 1922 com uma obra inovadora e revolucionária que retratava principalmente personagens marginalizados dos centros urbanos, o que lhe rendeu uma bolsa de estudos em escolas de arte de Paris, onde morou entre 1923 e 1928.
Suas mostras individuais de 1937 e 1939 chamaram a atenção de críticos e colegas, desconcertando-os, por não apresentarem uma forma definida. Sua pintura ora se apresentava primitiva, ora clássica, moderna avançada com retratos e naturezas-mortas.
Depois da morte de sua mãe, na década de 50, se isola numa chácara em Diadema. É nessa ocasião que compõe duas de suas séries: Festas Caipiras e Personagens Religiosos, nas quais explora a essência humana, a religião e a vida simples do interior.
Anita disse certa vez: "é verdade que eu já não pinto o que pintava há 30 anos. Hoje faço pura e simplesmente arte popular brasileira. É preciso não confundir: arte popular com folclore... eu pinto aspectos da vida brasileira, aspectos da vida do povo. Procuro retratar os seus costumes, os seus usos, o seu ambiente. Procuro transportá-los vivos para minhas telas. Interpretar a alma popular... eu não pinto nem folclore, nem faço primitivismo. Faço arte popular brasileira."

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Obrigada pelo comentário. bjs Lou