... desconfiado ainda está vivo
terça-feira, janeiro 18, 2011
Hoje, com certeza absoluta, eu e Suzi só não morremos porque não estava na nossa hora. Escapamos por um triz.
Estávamos indo em direção a clínica onde faço quimioterapia para mais uma aplicação do zometa, como acontece a cada 28 dias nos últimos cinco anos. No meio do caminho, já bem próximo da Asa Sul, saímos de uma curva e ficamos atrás de um ônibus que foi fechado por um motorista inconsequente e irresponsável, coisa muito comum nas ruas e avenidas de Brasília ou de qualquer outra cidade deste nosso Brasil.
O motorista do ônibus precisou frear bruscamente, na tentativa de evitar um batida grave, e o carro parou de repente. Para nossa sorte minha irmã estava dirigindo bem devagar e não havia nenhum outro carro na faixa da esquerda, então foi possível uma manobra rápida para desviar nosso carro evitando que entrássemos embaixo do ônibus com o impacto do acidente.
Foi um susto enorme. O carro vermelho, que entrou na frente do ônibus, subiu no canteiro com a pancada que só não foi pior porque o motorista do ônibus também dirigia devegar e conseguiu frear a tempo para evitar uma batida de maiores consequências.
Saímos dali bem rápido, tremendo de susto, e seguimos para a clínica. Quando aferiram minha pressão ela estava um pouco alta em consequência do ocorrido.
Aproveitando que eu já estava um pouco alterada com o susto, questionei com os enfermeiros sobre minha dúvida se estou realmente usando o zometa ou algum genérico produzido na China.
Vou explicar. Sinto muitas dores nos ossos, principalmente nas articulações, mais ou menos vinte e quatro horas após o remédio entrar em minha corrente sanguínea. Isto acontece desde a primeira dose, há quase cinco anos, e nos últimos meses não tenho sentido nenhuma dor e isto me deixa muito intrigada.
Acho que todos na clínica ficaram horrorizados com minha pergunta direta, e podem até ter se sentido ofendidos, mas eu, como paciente oncológica, tenho todo o direito de questionar sobre a qualidade dos medicamentos que faço uso, pois disto depende minha saúde. Além do mais, meu convênio paga pela medicação verdadeira, fabricada em laboratório credenciado.
Fui para o box aguardar o preparo da medicação. Fiquei fazendo compressa quente no braço para facilitar a punção da veia que já está muito difícil depois de tantos anos de picada para fazer quimioterapia e outros exames de rotina. Quando o remédio chegou a enfermeira chefe trouxe junto a caixa com a ampola do zometa para que eu certificasse que era o remédio verdadeiro, fabricado pelo Laboratório Novartis, e não um genérico qualquer vindo da China.
Fiquei satisfeita em comprovar que o remédio era original, afinal não quero correr o risco de fazer uso de uma medicação inóqua e acabar sucumbindo de pura bobeira. Como diz o velho ditado: o seguro morreu de velho e o desconfiado ainda está vivo.
É isso aí, mama. Peça p ver a ampola todas as vezes! Qro vc vivinha da silva.
Te amo!