Viajando nas lembranças de antigas viagens - Ilha de Creta - Grécia


          O balanço suave do navio Triton deslizando sobre as águas do Mar Egeu me ajudou a adormecer e sonhar com a Ilha de Creta, seus personagens mitológicos e suas histórias de lutas e aventuras, de amor e traição. Quando acordei o navio já estava atracado no porto. Eu e minha amiga Cris tomamos nosso café da manhã e desembarcamos apressadas para nos juntar ao grupo que ia fazer o passeio  para conhecer a ilha.  Eu estava emocionada, curiosa,  eu estava em Creta e não via a hora de botar os pés no Palácio de Knossos para ver de perto o palco das histórias que povoavam minha memória e imaginação. Acho que eu me sentia a própria Ariadna de Teseu ou, quem sabe, uma das sete virgens que eram sacrificadas anualmente ao Minotauro. Cruzes! De jeito nenhum eu queria fazer parte daquele séquito. Não sou adepta de sacrifícios.
            Creta é a maior das ilhas gregas, e é uma ilha cheia de montanhas, vales, baías rochosas, longas praias de areia e portos naturais. Seu solo fértil propicia a cultura da uva, cereais, oliveira e frutas, mas é o turismo que alavanca a economia da ilha. A maior cidade  é Heraklion e foi para lá que nos dirigimos para conhecer de perto o tão famoso Palácio de Knossos.
            Uma das figuras mitológicas mais conhecidas na Grécia antiga, que enchia de medo e terror o povo, era o Minotauro, um monstro que era metade homem, metade touro. Sua história era a seguinte:  Poseidon ajudou Minos a se tornar o rei de Creta, mas exigiu em troca que ele sacrificasse um touro que sairia das ondas do mar. O Rei Minos, encantado com a beleza do touro branco, resolveu colocá-lo em sua manada sacrificando outro em seu lugar. Poseidon, em represália pela tentativa de fraude do rei, fez com que Pasífae, mulher do rei, se apaixonasse pelo touro que já havia se transformado numa criatura selvagem. Desta união nasceu o Minotauro.
            O rei Minos mandou encarcerar o Minotauro num labirinto construído por Dédalo. Anualmente sete rapazes e sete moças eram enviados ao labirinto para serem sacrificados ao Minotauro e Teseu decide então ser um destes sete rapazes escolhidos para ir a Creta. Chegando na ilha com a intensão de matar o Minotauro Teseu é visto por Ariadna, filha de Minos, que se apaixona por ele. Teseu promete levar Ariadna para Atenas se sair vivo do labirinto. Ela então dá para Teseu um novelo de lã encantada e uma espada. Ele usa a lã para marcar o caminho percorrido no labirinto e com a espada consegue matar o Minotauro e resgatar os jovens presos no labirinto.
            A mitologia se mistura a realidade das ruínas do sítio arqueológico de Knossos. Ele é o maior sítio arqueológico da ilha de Creta, e as ruínas do palácio revelam uma arquitetura complexa e intrincada, que incluía até um sistema de esgoto, fazendo lembrar um labirinto. Knossos data da civilização minoica.
Quando cheguei ao Palácio de Knossos lembro-me que  fiquei tão fascinada que quase esqueci a história real para acreditar na mitológica. Eu observava cada detalhe, cada pintura mural, olhava fascinada as ruínas da arquitetura do labirinto e acabava misturando  a realidade e a fantasia. Lembro-me também de ter achado a cadeira de madeira que servira de trono ao rei com uma aparência muito pouco confortável. 
Nossa visita estava chegando ao fim e eu parecia uma boba alegre. Eu estava tão feliz por estar ali que eu não me cansava de olhar tudo ao meu redor. Lembro-me até de uma andorinha que vi deitada sobre um ninho que ela havia construído em cima de uma das colunas das ruínas do palácio. Pensei na ocasião: que andorinha chique! Construiu seu ninho num lugar muito especial.
Voltamos ao navio para seguir viagem até Santorine, outra ilha grega cheia de charme e história.
1 Response
  1. Anônimo Says:

    mama, vc é uma figura! kkkk
    Adorei a história.


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou