Viajando nas lembranças de antigas viagens - Santorini - Grécia
quarta-feira, março 13, 2013
O Navio
Triton ancorou no meio da caldeira submersa de um vulcão, e ainda ativo, que entrou
em erupção há mais de 3.000 anos destruindo grande parte do território da ilha
de Santorini e moldando seu formato atual que lembra uma meia lua. Saímos do
navio em pequenos barcos para chegar ao porto de Fira, e de lá fomos de
micro ônibus até a cidade de casinhas brancas com telhados azuis que fica no topo
da falésia. A cidade é um charme, ninguém pode negar, mas chegar até lá foi uma
tortura para mim que tenho pavor de altura e beira de precipício. Esta combinação
é o meu tormento. Minha amiga Cris deu
muitas risadas da minha cara assustada a cada curva mais fechada na beira do
despenhadeiro. Eu olhava tão angustiada para o mar azul lá embaixo e devia
estar na cara meu medo, pois ela me deixou em paz sozinha no fundo do ônibus,
quietinha, esperando acabar o pesadelo da subida.
Mas voltando a história da ilha, nem
gosto de imaginar a força daquela explosiva erupção que criou a enorme caldeira
onde os navios atracam. Foi devastador, não resta a menor dúvida. A lava que
escorreu da borda do vulcão recobriu tudo o que restou da ilha, dando-lhe o
formato que hoje conhecemos. São centenas de metros de espessura de lava que
recobriu tudo o que sobrou da antiga ilha. O fim da civilização minoica na Ilha
de Creta, distante 110 km de Santorini, pode até estar ligada a esta erupção; e talvez tenha
sido a mesma erupção que inspirou a lenda sobre Atlântida.
A capital de Santorini é Fira, e ela
fica no topo da falésia Caldera, lá no alto, pertinho do céu azul sem nuvens
(pelo menos esta era a minha visão). O acesso até a cidade pode ser feito por
funicular ou por mulas que sobem e descem os degraus construídos ao longo da
borda da montanha. Lembro que olhei para as mulas mas não tive a menor coragem
e nem vontade de encarar. Eu em cima de um burrinho daqueles! Nem morta.
Nosso
grupo subiu a montanha com um micro ônibus, e ainda tenho na memória a cara de riso do
guia, que era um senhor idoso, brincalhão e muito animado. O nome dele eu não lembro mais, é pedir muito da minha memória, mas ainda me lembro que todas as vezes que o ônibus dava de cara com outro carro em sentido contrário, numa estradinha que mal cabia um carro de passeio, o grupo gritava de susto e ele fazia coro com os turistas e dizia que o susto estava incluído no pacote (e o medo que eu sentia também devia estar no mesmo pacote, é claro).
O ônibus deixou nosso grupo numa praça e
tínhamos a tarde inteira para passear pela cidade apreciando as belezas do
lugar, mas e eu sabia que para descer no final do dia eu teria que usar a mula
ou o funicular e nenhum dos dois meios de transporte me inspiravam segurança.
Tenho horror a altura! Não pude me furtar em pensar o que eu tinha ido fazer
num lugar tão alto se descer era preciso, necessário, indispensável... eu não tinha opção. A Cris continuava a rir da minha cara e teve o maior saco do mundo e ficou comigo até que o último funicular desceu e eu tive que entrar na marra (vai ter medo de morrer assim lá longe...). Até hoje, sempre que tocamos no assunto ela ainda ri da minha cara de medo, mas as duas admitem que aquela viagem à Grecia foi uma das melhores que fizemos juntas, e a vista lá do alto da cidade é imperdível. Mesmo com medo da subida eu encaro um outro passeio naquela romântica e bela ilha.
Mama, uma das mais cômicas cenas q tenho gravada em minha memória com vc tb foi sua cara de susto num funicular. Não tem preço. kkk