Viajando nas lembranças de antigas viagens - Canal de Corinto e Epidauro

          Estando de férias em Athenas eu não poderia deixar de aproveitar a ocasião para conhecer Epidauro. Eu já tinha ouvido falar sobre a fantástica acústica do anfiteatro e o que eu queria fazer era ver tudo aquilo de perto. Além do mais reza a lenda que foi em Epidauro que nasceu Asclépio ou Esculápio, o pai da medicina. Olha só que legal!
            Eu e a Cris fomos para lá em excursão e saímos cedo de Athenas. Primeiro passamos pelo Canal de Corinto, que liga o Golfo de Corinto com o Mar Egeu, encurtando as viagens marítimas em 400 km. O canal de Corinto separa a península do Peloponeso do continente grego.
            O Peloponeso, eu me lembrava das aulas de história dos tempos em que eu era apenas uma menina, é uma península extensa e montanhosa, ligada à parte continental da Grécia pelo estreito de Corinto, eu estava ali, vendo tudo aquilo de perto. Eu estava emocionada.
O canal, incrível obra de engenharia, foi escavado na rocha no final do século XIX, transformando a península numa ilha. Visto de perto, ao vivo e em cores, é uma obra impressionante! São 6,3 km de canal rasgados na pura rocha, por 21 metros de largura. Nos dias de hoje somente barcos pequenos conseguem atravessar o canal. Os transatlânticos são muito grandes e largos e ficariam entalados na largura do canal.
            A construção do Canal de Corinto era um desejo antigo, desde os tempos do maluco Imperador Nero que  chegou a enviar  6.000 escravos para começar a construção na base da pá e picareta. Pensem na loucura. Para a sorte dos escravos o imperador morreu e o projeto foi abandonado. Ufa! Em 1881 o projeto foi retomado (mas já não era na base da pá e da picareta), ficando pronto em 1893. Sem dúvida a construção do canal foi e continua sendo uma espetacular obra de engenharia. Um canal com mais de 40m de altura, escavado na rocha.
            Depois de conhecer o canal de Corinto seguimos viagem para Epidauro, uma cidade (ou o que restou dela) situada na Argólida, rodeada de bosques e montanhas, às margens do Mar Egeu. Por ser o santuário do deus da Medicina, Epidauro atraía doentes de todos os lugares. Os doentes que eram admitidos no santuário, depois de passar por banhos e beberagens, dormiam para sonhar. Um sacerdote interpretava os sonhos para poder indicar o remédio que o doente precisava receber. Este mesmo sacerdote indicava uma oferenda de agradecimento ao Deus, que o doente deveria deixar no santuário. Os médicos daquele tempo já sabiam das coisas... era o início da prática da psicanálise ou estou enganada?
            Mas Epidauro também tinha seu teatro ao ar livre, o famoso Anfiteatro de Epidauro, um dos maiores daqueles tempos. Sua acústica era considerada perfeita para a época, pois reproduzia com nitidez o som que podia ser ouvido tanto da primeira fileira como da última. Eu conferi isto de perto e fiquei impressionada. O guia que nos acompanhou até lá jogou uma moedinha no centro do palco e o mesmo som que ouvi quando me sentei na primeira fila foi o mesmo que ouvi quando me sentei na última arquibancada, no alto do anfiteatro. Os arquitetos e engenheiros da antiguidade eram muito bons em matemática! Será que eles recebiam alguma ajuda dos Deuses Astronautas??? 
                Voltamos para Athenas ao cair da noite. Ficamos mais dois dias na cidade, depois seguimos viagem para Roma, a cidade eterna.
2 Responses
  1. Unknown Says:

    Lou,
    Pela fotografia da época da construção do canal, deve ter sido mesmo à pá e picareta não acha...
    Talvez com ajuda de alguns explosivos, coisa que no tempo do Nero não era fácil de arranjar (só "fósforos" para incendiar Roma...).

    http://www.marineinsight.com/marine/the-corinthian-canal-a-narrow-man-made-shipping-canal/


  2. Lou Says:

    Luis,
    É verdade, dá esta impressão mesmo.
    Vale a pena ver aquilo de perto.
    Obrigada pela visita ao blog.
    Um abraço da Lou


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou