Viajando nas lembranças de antigas viagens - Canal de Corinto e Epidauro
sábado, março 16, 2013
Estando de férias em Athenas eu não poderia
deixar de aproveitar a ocasião para conhecer Epidauro. Eu já tinha ouvido falar
sobre a fantástica acústica do anfiteatro e o que eu queria fazer era ver tudo aquilo
de perto. Além do mais reza a lenda que foi em Epidauro que nasceu Asclépio ou
Esculápio, o pai da medicina. Olha só que legal!
Eu
e a Cris fomos para lá em excursão e saímos cedo de Athenas. Primeiro passamos
pelo Canal de Corinto, que liga o Golfo de Corinto com o Mar Egeu, encurtando
as viagens marítimas em 400 km. O canal de Corinto separa a península do Peloponeso do
continente grego.
O
Peloponeso, eu me lembrava das aulas de história dos tempos em que eu era
apenas uma menina, é uma península extensa e montanhosa, ligada à parte
continental da Grécia pelo estreito de Corinto, eu estava ali, vendo tudo
aquilo de perto. Eu estava emocionada.
O canal, incrível obra de
engenharia, foi escavado na rocha no final do século XIX, transformando a
península numa ilha. Visto de perto, ao vivo e em cores, é uma obra
impressionante! São 6,3 km de canal rasgados na pura rocha, por 21 metros de
largura. Nos dias de hoje somente barcos pequenos conseguem atravessar o canal.
Os transatlânticos são muito grandes e largos e ficariam entalados na largura
do canal.
A
construção do Canal de Corinto era um desejo antigo, desde os tempos do maluco
Imperador Nero que chegou a enviar 6.000 escravos para começar a construção na
base da pá e picareta. Pensem na loucura. Para a sorte dos escravos o imperador
morreu e o projeto foi abandonado. Ufa! Em 1881 o projeto foi retomado (mas já
não era na base da pá e da picareta), ficando pronto em 1893. Sem dúvida a
construção do canal foi e continua sendo uma espetacular obra de engenharia. Um
canal com mais de 40m de altura, escavado na rocha.
Depois
de conhecer o canal de Corinto seguimos viagem para Epidauro, uma cidade (ou o
que restou dela) situada na Argólida, rodeada de bosques e montanhas, às
margens do Mar Egeu. Por ser o santuário do deus da Medicina, Epidauro atraía
doentes de todos os lugares. Os doentes que eram admitidos no santuário, depois
de passar por banhos e beberagens, dormiam para sonhar. Um sacerdote
interpretava os sonhos para poder indicar o remédio que o doente precisava
receber. Este mesmo sacerdote indicava uma oferenda de agradecimento ao Deus,
que o doente deveria deixar no santuário. Os médicos daquele tempo já sabiam das
coisas... era o início da prática da psicanálise ou estou enganada?
Mas
Epidauro também tinha seu teatro ao ar livre, o famoso Anfiteatro de Epidauro,
um dos maiores daqueles tempos. Sua acústica era considerada perfeita para a
época, pois reproduzia com nitidez o som que podia ser ouvido tanto da primeira
fileira como da última. Eu conferi isto de perto e fiquei impressionada. O guia
que nos acompanhou até lá jogou uma moedinha no centro do palco e o mesmo som
que ouvi quando me sentei na primeira fila foi o mesmo que ouvi quando me sentei na
última arquibancada, no alto do anfiteatro. Os arquitetos e engenheiros da antiguidade eram muito bons em matemática! Será que eles recebiam alguma ajuda dos Deuses Astronautas???
Voltamos
para Athenas ao cair da noite. Ficamos mais dois dias na cidade, depois seguimos viagem para
Roma, a cidade eterna.
Lou,
Pela fotografia da época da construção do canal, deve ter sido mesmo à pá e picareta não acha...
Talvez com ajuda de alguns explosivos, coisa que no tempo do Nero não era fácil de arranjar (só "fósforos" para incendiar Roma...).
http://www.marineinsight.com/marine/the-corinthian-canal-a-narrow-man-made-shipping-canal/
Luis,
É verdade, dá esta impressão mesmo.
Vale a pena ver aquilo de perto.
Obrigada pela visita ao blog.
Um abraço da Lou