Um giro em Paris (24 out 2017)

     Paris amanheceu fria e chuvosa. Uma chuva fininha, típica de molhar bobo. 
     Helena e Luciana ficaram de nos encontrar no hotel para sairmos juntas mas, como elas atrasaram um pouco, por causa do trânsito intenso pela manhã, a Lia resolveu sair sozinha para resolver suas coisas. Eu continuei aguardando e em poucos minutos elas chegaram esbaforidas, preocupadas com o atraso.
     Tentamos encontrar a Lia mas não deu certo então fomos passear. Decidimos ver a exposição do Rubens, exibindo retratos de príncipes, que estava no Musée du Luxembourg e passamos algumas horas por lá apreciando todos aqueles quadros, lendo sua história. Minhas costas doíam tanto que chegavam a arder então, onde havia um banco eu sentava para aliviar um pouco e dar tempo do emplastro fazer o efeito desejado.
      Sentada eu apreciava com calma as pinturas das pessoas retratadas por Rubens como Marie de Médicis e outros soberanos. Aliás tenho que destacar que para pintar soberanos era preciso ter muito prestígio e Rubens era o pintor mais importante de sua época. Ao apreciar todas aquelas obras de arte barroca me veio a lembrança das últimas exposições apresentadas no Brasil e que causaram tantas polêmicas. Não consegui evitar e comparar o lixo que alguns, que se autodenominam artista de hoje, apresentam como se fosse arte. Tenha dó. Não dá nem para discutir, é lixo mesmo. E de péssimo gosto.
     Saímos do museu com fome, então paramos no Les Deux Magots para almoçar. Para variar, o almoço estava delicioso e, em boa companhia, ficou melhor ainda. Almoçamos sem pressa, papeando, contando histórias, relembrando situações engraçadas e dando risadas. Foi ótimo. Depois saímos caminhando devagar pelos arredores e, sem querer, demos de cara com a perfumaria Buly, fundada em 1803, e que serviu de inspiração para Balzac escrever seu romance César Birotteau que conta a ascensão e a queda de um perfumista que buscava prestígio na alta sociedade.
     Adoro entrar nessas perfumarias antigas, que ainda guardam vestígios de seu passado no mobiliário, nos frascos de perfumes e até no piso de azulejos vitrificados, já bem gastos pelo tempo. Era tudo tão charmoso. As estantes de madeira nobre cheias de gavetinhas pequenas e detalhadas, os frascos bem trabalhados, os funis pequeninos para que o freguês possa, ainda hoje, sentir a fragrância do perfume que o irá seduzir... Não tivemos pressa em sair dali onde muitas pessoas, como nós, apreciavam aquele pedaço do passado que estava tão bem conservado.
     Minhas costas voltaram a doer muito. Decidimos pegar um táxi de volta ao hotel onde encontramos a Lia descansando. Ela desceu e ficamos conversando um pouco na salinha ao lado do refeitório de café da manhã. Mais tarde a Helena e Luciana foram embora para continuarem o passeio que haviam programado. Eu e Lia ficamos no hotel descansando, de onde só saímos mais tarde para darmos uma pequena volta nas margens do Sena.
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou