Ocupação Urbana
quinta-feira, julho 08, 2010
Há alguns anos vim morar no condomínio onde vivo até hoje. Naquela época eram poucos os moradores e a maioria dos terrenos eram abertos, inclusive o da minha casa.
Era uma paz morar por aqui. A noite ouvia-se o coaxar dos sapos e o cricilar característico dos grilos, e pela manhã era bastante comum acordar e ver vacas ou cavalos pastando no quintal porque a portaria era rudimentar e não havia nenhum tipo de cerca fechando o condomínio.
A impressão que eu tinha era o de morar numa cidadezinha de interior ou até mesmo num sítio, tão vasta e abundante a natureza que cercava minha casa. As crianças que por aqui viviam se esbaldavam em suas brincadeiras pelos terrenos vazios.
Lembro-me bem que naquela ocasião para se fazer um canteiro bem adubado era só recolher um pouco do esterco dos animais que pastavam pelos arredores. Tudo o que se plantava crescia forte e vistoso. No meu quintal havia muitas bananeiras, uma horta cheia de verduras sempre fresquinhas e um jardim repleto de flores coloridas.
As crianças que cresceram no condomínio tiveram a oportunidade de brincar como toda criança deve fazer. Elas corriam soltas, subiam nas árvores, brincavam de pique e todo tipo de brincadeiras que hoje quase não se vê mais.
O tempo foi passando e as pessoas foram chegando devagar, ocupando os terrenos, construindo casas e muros. O condomínio está todo murado, parecendo um grande presídio. Hoje dá para contar nos dedos os poucos terrenos vazios que ainda restam. Todos os lotes foram cercados, inclusive o meu, e o local perdeu aquele ar interiorano e os vizinhos se distanciaram. Cada um vive trancado em seu próprio mundo, e pouco se comunicam. Uma tristeza.
O silêncio gostoso que envolvia a noite e alcançava as manhãs já não existe mais. O cricrilar dos grilos cessou e não se ouve mais o coaxar dos sapos e muito menos o balé das pequenas lanternas dos vagalumes que enchiam as noites frescas. Cavalos ou vacas pastando já faz um tempão que não vejo de perto.
Agora o que se ouve são os motores dos carros que circulam pelas ruas e o insuportável barulho que vem da academia vizinha. Os instrutores devem pensar que seus alunos são surdos, pois berram feito loucos enquanto orientam os exercícios. Vez ou outra um dos aparelhos da musculação cai no chão fazendo tremer tudo enquanto o barulho ecoa pela minha casa.
As manhãs, outrora cheia dos cânticos dos pássaros, agora é invadida pelas vozes dos frequentadores da academia que chegam para malhar e pela música ensurdecedora que esses tarados por malhação gostam de ouvir. Um horror.
A ocupação urbana é inevitável e o preço que pagamos é alto. Perdemos em qualidade de vida na medida que vamos nos distanciando da natureza e nos aproximando cada vez mais urbanização. Acostumamos ouvir o ronco dos motores, o barulho ensurdecedor de muitas vozes, enquanto devagar vamos esquecendo como era agradável ouvir a brisa soprando de leve as folhas das árvores, ou o barulho dos pequenos seres da noite.
Era uma paz morar por aqui. A noite ouvia-se o coaxar dos sapos e o cricilar característico dos grilos, e pela manhã era bastante comum acordar e ver vacas ou cavalos pastando no quintal porque a portaria era rudimentar e não havia nenhum tipo de cerca fechando o condomínio.
A impressão que eu tinha era o de morar numa cidadezinha de interior ou até mesmo num sítio, tão vasta e abundante a natureza que cercava minha casa. As crianças que por aqui viviam se esbaldavam em suas brincadeiras pelos terrenos vazios.
Lembro-me bem que naquela ocasião para se fazer um canteiro bem adubado era só recolher um pouco do esterco dos animais que pastavam pelos arredores. Tudo o que se plantava crescia forte e vistoso. No meu quintal havia muitas bananeiras, uma horta cheia de verduras sempre fresquinhas e um jardim repleto de flores coloridas.
As crianças que cresceram no condomínio tiveram a oportunidade de brincar como toda criança deve fazer. Elas corriam soltas, subiam nas árvores, brincavam de pique e todo tipo de brincadeiras que hoje quase não se vê mais.
O tempo foi passando e as pessoas foram chegando devagar, ocupando os terrenos, construindo casas e muros. O condomínio está todo murado, parecendo um grande presídio. Hoje dá para contar nos dedos os poucos terrenos vazios que ainda restam. Todos os lotes foram cercados, inclusive o meu, e o local perdeu aquele ar interiorano e os vizinhos se distanciaram. Cada um vive trancado em seu próprio mundo, e pouco se comunicam. Uma tristeza.
O silêncio gostoso que envolvia a noite e alcançava as manhãs já não existe mais. O cricrilar dos grilos cessou e não se ouve mais o coaxar dos sapos e muito menos o balé das pequenas lanternas dos vagalumes que enchiam as noites frescas. Cavalos ou vacas pastando já faz um tempão que não vejo de perto.
Agora o que se ouve são os motores dos carros que circulam pelas ruas e o insuportável barulho que vem da academia vizinha. Os instrutores devem pensar que seus alunos são surdos, pois berram feito loucos enquanto orientam os exercícios. Vez ou outra um dos aparelhos da musculação cai no chão fazendo tremer tudo enquanto o barulho ecoa pela minha casa.
As manhãs, outrora cheia dos cânticos dos pássaros, agora é invadida pelas vozes dos frequentadores da academia que chegam para malhar e pela música ensurdecedora que esses tarados por malhação gostam de ouvir. Um horror.
A ocupação urbana é inevitável e o preço que pagamos é alto. Perdemos em qualidade de vida na medida que vamos nos distanciando da natureza e nos aproximando cada vez mais urbanização. Acostumamos ouvir o ronco dos motores, o barulho ensurdecedor de muitas vozes, enquanto devagar vamos esquecendo como era agradável ouvir a brisa soprando de leve as folhas das árvores, ou o barulho dos pequenos seres da noite.
Oi, conheça a Horta Pronta Online, a Hortinha que já vem pronta, divulgue a novidade!
http://sites.google.com/site/hortaprontaonline/
Grato, Eliel.