Sebinho, um passarinho do cerrado

Estava sentada na varanda
Aproveitando a brisa fresca da tarde
Que soprava calma,
Sem a fúria descontrolada da ventania do dia anterior
Que espalhava pela rua e pelos jardins
Um monte de folhas secas caídas no chão.
Olhei para o vaso florido em frente a janela do quarto
E vi um pequeno passarinho entrando e saindo
Do meio das flores penduradas em cachos.
Fiquei parada observando e
Num instante percebi que o esperto passarinho
Aproveitava a água acumulada no prato
Para se refrescar na seca implacável do cerrado
Nessa época do ano.
Ele entrava no prato, mergulhava o corpinho delgado
E saia para chacoalhar suas peninhas delicadas.
Seu dorso é escuro,
A garganta cinza, a barriga amarela, e
Tem também uma faixa branca em cima dos olhos.
Habitante do cerrado, frequenta jardins e pomares
Adora beber água doce na garrafinha dos beija-flores
E tomar banho em qualquer tiquinho de água.
Com seus bicos longos e finos
Se alimentam do néctar das flores e pequenos insetos.
Voam aos pares
Fazem seus ninhos em meio aos galhos verdinhos
E até nas varandas das casas
E em poucos dias pequenos filhotes mostram a cabecinha e
Piam reclamando o alimento que os fortalece
São novos sebinhos que
Logo logo estarão voando pelo jardim.
1 Response
  1. Anônimo Says:

    Que graça de prosa poética! Um enlevo só.

    Beijos.


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou