Sentimentos

O tempo passa de forma acelerada enquanto amores acontecem, empregos vão e vêm, pessoas nascem e morrem.
Os sentimentos, em todas as suas manifestações, são forças poderosas que dão sentido real a todas as fases de nossas vidas.
Se há momentos que nos fazem sentir dor, raiva ou algum outro sentimento negativo, existem muito mais coisas que nos trazem felicidade e que nos ensinam que vale a pena viver.
A forma positiva de como enfrentar os desafios é a solução para fechar as nossas feridas e amenizar nossas cicatrizes...
Hoje senti muita dor em consequência dos efeitos do tratamento médico ao qual venho me submetendo. Dor é um negócio meio chato, difícil de conviver. Ela consegue tirar qualquer um do sério enfraquecendo nossos sentidos... Um dia, depois de passar por uma experiência de muita dor escrevi esse texto:
Você sabe avaliar a dor do outro?
Qual a dor mais doida? Cada um, na sua experiência individual, dará uma resposta diferente. Alguns dirão que é a dor de dente, a dor do parto, a dor que se sente ao tentar expelir uma minúscula pedrinha pela uretra. São várias as dores, e diferentes suas intensidades.
O que vale de fato é a dor atual, seja ela física, emocional ou moral. Vocês já pararam para observar como dói um coração partido? É quase uma dor física. Dói na alma ver partindo a pessoa que amamos, ver os filhos alçando vôos e saindo debaixo de nossas asas protetoras para ganhar o mundo; dói ver o namorado, o marido, o amante saindo de nossas vidas; qualquer um que nos é caro faz doer o coração na hora da partida...
Alguém se lembra daquela topada no dedão do pé? Ai, como dóis. Arrancou a tampa do dedão, sangrou pra caramba e até impediu o uso de sapato fechado por um tempão. Qual da criança ou adulto já não passou por uma experiência dessas?
Uma tentativa desastrada fez um corte profundo no dedo. Ai que horror, parece que todo o sangue do corpo vai escapar por aquele corte. As lágrimas rolam sem cessar. O choro faz o corpo sacudir por inteiro. E aquele cortinho ridículo com folha de papel? Quer alguma coisa mais minúscula e que arde mais? Às vezes nem enxergamos direito o corte, mas sentimos à beça o seu ardido.
Pois é, dor é uma experiência individual. Não dá para dizer que sua dor é maior ou menor que a do outro. E o pior é que a dor é invisível. Ninguém vê a dor. Só quem está sofrendo é que a sente. Fraca ou forte, súbita ou ameaçadora, ela é absolutamente invisível.
Sempre tive medo da dor física e ela tem sido, nos últimos tempos, uma desagradável e constante companheira. Às vezes ela dá um sinal e escapa como um ladrão furtivo deixando-me apreensiva. Outras vezes ela se instala sorrateira e acha que é dona do pedaço. Quando ela surta vem louca como uma locomotiva desgovernada e aí, sai de baixo, ela me joga no chão como um trapo velho... Ela grita alto que é ela quem está no comando. Será verdade? Tenho certeza que não, mas é necessário um tremento autocontrole para não perder a sanidade, porque a dor desoriente...
Há pouco tempo, quando uma dor desembestada tomou conta do meu corpo e me levou para a UTI pude refletir um pouco. Enquanto meus gritos de ais cortavam o espaço, vários médicos, enfermeiros e atendentes tentavam ajudar-me ministrando potentes drogas que aos poucos fizeram meu corpo entorpecer e a dor foi cedendo. Depois de um sono reparador, já desperta, pude observar outras pessoas à minha volta e outros gemidos de ais. Agradeci silenciosamente a Deus pelo convênio médico que me ampara com um atendimento tão eficiente. Agradeci a toda equipe médica que não poupou esforços para tentar resolver meu problema e me senti afortunada. Agradeci todos aqueles cientistas que no isolamento de um laboratório conseguiram desenvolver drogas tão eficientes. Que Deus os abençoe.
Tenho que reconhecer que embora esteja atravessando um pântano escorregadio e escuro consigo vislumbrar raios de luz que me orientam para a saída. Sei que essas luzes vêm das orações dos amigos, do amor de cada um deles. Só posso ser uma criatura abençoada e muito amada. Eles me dá a prova, mas permite o auxílio de tantas pessoas especiais ao longo do percurso. Sei que depois da curva escura existe uma saída repleta de sol e estou caminhando naquela direção. Sei que poderei tropeças algumas vezes e até mesmo cair, mas tenho certeza de que serei capaz de levantar tantas vezes quantos forem necessárias. O amor e a amizade são remédios eficazes, que curam toda e qualquer enfermidade, toda e qualquer dor.
Quero expressar aqui o meu muito obrigada a cada um de meus amigos, minha família, minha filha. Todos eles são a bênção de Deus em minha vida.
2 Responses
  1. Lara Amaral Says:

    Tia querida, nem imagino qual seria o tamanho da sua dor. Hoje, quando me falou dela, fiquei pensando... Como te disse, a dor que já me derrubou várias vezes foi a da cólica. Eu perco a cor, me contorço, vomito, quase desmaio. Foram experiências tão horríveis que já tive com ela nos mais diversos lugares, até dói de lembrar. Agora, penso na sua. A minha é menstrual, depois de uma hora passa, mas a sua vc não sabe quando vai parar, e saber disso deve ser uma sensação de quase morte mesmo. Deve parecer que vc é uma marionete nas mãos de alguém que fica a te cutucar. Enfim, só vc mesma para aguentar a sua dor. E cada um, a sua. Dizem que Deus não dá um fardo maior do que se pode carregar, será? Tomara, né? Grande beijo para vc. E precisando de uma ajudinha no computador que esteja ao meu alcance, é só falar. Até!


  2. Lou Says:

    Obrigada pela ajudona com o computador. Valeu muito. Qto a dor... o coisa complicada...


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou