Animal de estimação


Em qualquer lugar do mundo, seja numa grande metrópole ou no meio da selva, o ser humano tem um animal de estimação. Pode ser um pássaro, um cachorro, gato ou um belo cavalo qualquer animal serve para bicho de estimação.
O animalzinho sabe ser companheiro. Ele brinca, pula, faz graça e está sempre lá quando precisamos dele. E o melhor, não guarda mágoas ou raiva. As vezes brigamos com ele, que sai com o rabinho entre as pernas para logo em seguida voltar abanando a cauda.
Escrevi esse texto pensando em todos os animais de estimação espalhados pelo mundo.

Animal de estimação

Você possui ou já possuiu animal de estimação? Se não, vai me achar ridícula, pois só quem gosta de bicho sabe o quanto é divertido ter um.
Em casa somos eu, minha filha, minha mãe, minha irmã, uma sobrinha, três gatos, uma cadela poodle bem pretinha e até passarinhos (detesto pássaro preso, mas o que temos foi presente e o coitado já nasceu em gaiola e nunca teve o prazer de voar livre pelo mundo).
A Haseena, a poodle preta comprada como toy, mas que de toy só tem uma vaga lembrança é encrenqueira como todo cão pequeno. Late feito louca para qualquer um que se aventure a passar perto do portão ou mesmo no meio da rua. Corre de um portão até o outro latindo sem parar até perder de vista a pessoa ou o animal, aí volta tranquila para a sala de TV como se nada tivesse acontecido.
Adora brincar de pegar bolinha. Basta falar Haseena que ela já vai caçar uma bola sempre jogada pela casa e vem com ela na boca, pára em frente da gente e olha com aquele olhar pidão... Nestas ocasiões vemos uma parte do branco dos olhos e ela fica muito engraçada olhando meio torto com um bolinha na boca.
O Bubu é todo na dele como os gatos em geral. Tem olhos muito azuis e redondos com um risco preto em volta. Parece até que usou delineador. Quando me perguntam qual a raça digo que é sialata (mistura de siamês com viralata) pois a mãe, uma siamesa cheia de charme e elegância, fugiu quando estava no cio e voltou prenhe sabe-se lá de que gato. Ele é lindo e voluntarioso. Quando está aborrecido e quer irritar todo mundo faz o favor de fazer xixi nos lugares mais inusitados (como nos meus CDs por exemplo).
O Nino é também um viralata. Quando jovem era um gato negro lindo, agora está magrelo e alquebrado, coisas da velhice.
A outra gata também é viralata e foi abandonada ainda jovem no quintal da casa. É muito feia, mas carinhosa que dá gosto. Depois de castrada engordou muito e ficou com a cabeça pequena em relação ao corpo então fica muito engraçada, parece que foi mal feita. Tem horror a estranhos (acho que foi muito maltratada antes de ser adotada por nós) e se esconde sempre que ouve a campainha tocar.
O passarinho, um melro metálico azul e dos olhos bem amarelos é lindo e elegante como todo pássaro. Toda vez que ouve o barulho do liquidificador começa a dar gritos estridentes. Adora quando jogo minhocas, grilos e lagartas na gaiola e os come de uma só vez. Seu cardápio predileto, além dos já mencionados, é maça, banana e mamão. Ele adora maça e come uma metade da fruta todos os dias.
Após a descrição de meus animais de estimação, volu relatar um acontecimento interessante envolvendo todos eles e especificamente uma gatinha especial.
Você que também possui seu bichinho de estimação já reparou como ele fica à sua volta quando você está sentindo alguma coisa? Não precisa ser doença física, pode ser apenas uma angústia ou uma saudade sabe-se lá do que, que seu bichinho não sai de perto.
Pois é, isso também acontece com meus animais. Em 2007 recomecei um tratamento quimioterápico para tratar uma metástase óssea e pulmonar. O procedimento, que envolve várias terapêuticas, traz algumas consequências muitas vezes difíceis e dolorosas.
A Luana, uma gata siamesa que adorava minha mãe e não saia de perto dela, resolveu adotar-me durante um período de dores muito intensas. Ela ficava o tempo todo comigo (o que despertou um pouco dos ciúmes da minha mãe). Resolveu até dormir na minha cama algumas vezes, para horror de algumas pessoas que achavam aquilo extremamente perigoso por causa do problema da baixa imunidade.
Lulu, como eu de fato a chamava, era uma gata elegante mas estrábica como a maioria dos siameses; tinha um caminhar muito feminino e um miado delicado. Era muito frágil e qualquer coisa a deixava doente.
Pois bem, quando comecei a passar muito mal com o tratamento ela também começou a adoecer como se estivesse dividindo comigo o que eu estava sentindo. Minhas pernas doiam muito e eu tinha dificuldade em caminhar. Uma noite acordei ouvindo seus miados angustiados e a encontrei caída na escada sem conseguir se levantar ou caminhar.
Pela manhã bem cedo minha irmã a levou numa clínica veterinária e a deixou internada para exames. Ela acabou sedada e tomando soro para suportar melhor as dores que sentia. Eu também piorava em casa. As dores me desestabilizavam.
Dois ou três dias depois a Lulu voltou para casa. Parecia melhor, mas foi só eu piorar para que ela novamente começasse a sentir dores. O veterinário chegou a dizer para minha irmã que os animais, principalmente os gatos, costumam captar os males de seus donos e acabam doentes. O fato é que a Lulu acabou não resistindo e morreu com os mesmos sintomas de dores que me afligiam àquela época.
Será que o veterinário estava certo? Não sei, mas quando sinto alguma coisa, por menor que seja, sempre tenho a companhia de um de meus animais de estimação. Eles deitam bem perto de mim e de vez em quando me olham com aquele olhar sereno como a dizer: fique tranquila, estou aqui ao seu lado.
Será que os animais captam nossas mazelas físicas ou psíquicas?

2 Responses
  1. Lara Amaral Says:

    Que graça a Lulu, tia. Realmente, ela era muito graciosa. Os animais são sensíveis, mesmo, muitos deles, mais sensíveis que algumas pessoas. Eu, sou apaixonada.


  2. Issia Montes Says:

    Q sadade de meu da Lulu lendo esse texto... Q saudade de bater na bunda dela, q saudade de ver o seu porte...

    Lindo texto... Chorei!


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou