Escorpião ou tiranossauro?
quinta-feira, setembro 24, 2009
Ontem a noite quando fui pegar minha roupa de cama para dormir encontrei um escorpião em frente meu guarda-roupa. Se fosse um tiranossauro rex eu não teria levado mais susto. Posso garantir.
Olhei para o bicho parado, estático e ainda fiquei na dúvida se deveria ou não dar uma boa pisada nele. Não por pena, mas por medo que ele reagisse e tentasse subir pela minha perna e me picar. Como eu ainda estava usando tênis com solado grosso não tive dúvidas, esmaguei o coitado.
No momento seguinte eu estava histérica procurando por todo o quarto para ver se encontrava algum amiguinho do intruso. Não achei nada, mas ainda fiquei insegura. Arrumei minha cama e coloquei meu tênis em cima da poltrona na esperança de que nenhum bichinho resolvesse dormir dentro dele...
Quando acordei hoje pela manhã meu primeiro pensamento, depois de agradecer a Deus por mais um dia, foi para o escorpião e o tiranossauro. Fiquei pensando na reação das pessoas quando dão de cara com um predador tão grande e um tão pequeno quanto o escorpião. Por incrível que pareça cheguei a conclusão que a reação é quase a mesma, afinal o instinto de preservação sempre fala mais alto.
Olhando para o tiranossauro, aquele gigante poderoso, o coração dispara, o corpo se enche de adrenalina e nossa reação é correr o mais que pudermos para nos livrar de uma morte certa. Afinal, basta uma simples patada do bicho para matar qualquer ser vivo. Por outro lado, olhando aquele diminuto escorpião nosso coração também dispara, o corpo se enche de adrenalina e nossa reação também é de correr. Como o bicho é pequeno achamos que dá para encarar e acabamos por pisar no coitado na intensão de nos proteger, pois sabemos que embora pequeno seu veneno costuma ser letal e a dor insuportável.
Agimos como o tiranossauro e com uma só patada acabamos com uma vida. Tentamos aplacar nossa consciência acreditando que estamos apenas nos defendendo de um animal peçonhento, mas o fato é que agimos como qualquer predador sem coração. Não que eu esteja arrependida de ter posto fim a vida do escorpião, mas tenho que admitir que matei, mesmo que para me defender.
Olhando para o escorpião mortinho da silva fiquei pensando na proporção. Quantas vezes sou maior do que aquele bichinho? Muitas. Ainda assim ele mete medo e apavora. Os meus, os nossos instintos implacáveis nos levam a agir sem pensar apenas para nos preservar.
Mas o fato é que não importa o tamanho, grande ou pequeno predador é sempre predador e... perna para que te quero.
Nem me fale. Há alguns dias fui vestir meu roupão tão quentinho e macio depois do banho e uma barata que estava nele foi parar no meu ombro. Quase tive um colapso. Matei-a sem dó nem piedade. Mas depois ainda fiquei alguns dias sacudindo meu roupão e fiscalizando cada local que eu passava. Depois disso, qualquer etiqueta incomodando na roupa parece ser ela ou alguém da família dela querendo se vingar, hehehe...